17 setembro 2007

Na área

A Alma Surf - aquela revista com textos gigantescos que, de tanto posar de romântica, já ficou meio brega - pode se redimir. A turma do outro lado da ponte-aérea cansou de olhar o horizonte do ponto de vista dos arranha-céus e troca a redação com cheiro de lavanda por Copacabana. Organizam, Nos dias 12 e 13 de novembro, no Forte de Copacabana, o Festival Alma Surf 2007. E por incrível que pareça, a turma foi competente.

Angariaram patrô da Osklen - grife que, no esporte, fora o Phil Rajzman, investe em... deixa pra lá - e lançaram o Festival Internacional Osklen de Cinema Surf. Entre os exibidos (os filmes, não os chefetes), estará o Chasing the Lotus, produção na onda retrô que parece ser muito boa.



Também entra na mostra um daqueles "todo surfista anda de skate", a produção First and Hope, do Emmet Malloy, que vale pela direção, e o The Lost Wave (abaixo), que inclui a gatíssima Holly Beck explorando a Ilha das Rolas (opa!), em São Thomé, na África. Ganhou o Malibu International Film Festival, na categoria documentário, e vale a pipoca - de marca ainda indefinida.



Em termos de som, a Billabong não deixa por menos: promete colocar pra tocar, ali mesmo, defronte ao mar de Copa, a turma toda: Matt Costa e o G-Love and the Special Sauce na segunda-feira e Donavon Frankenreiter e ALO na terça. Quem quer apostar que as Aboboras Selvagens do Kid Abelha vão aparecer na fila do gargarejo, assim, como quem não quer nada, para - novamente - dar canja ?

04 setembro 2007

Desconstrutivismo

Surfistas são seres, no mínimo, curiosos. Os primeiros (da idade moderna) eram nadadores que, cansados da mesmice, resolveram entrar no mar com pedaços gigantescos de madeira.

- Leash? Mesmo se existisse, é coisa de maricas. Ainda mais com merrecas deste tamanho... - Greg 'the bull' Noll

Em 1960, os filhos desta galera, na fissura por pegar umas marolas, resolveram pegar os patins da irmã mais nova e descolar a singela botinha branca das rodas. Colaram num outro pedaço de madeira e, voilá, temos o skate! Uma bela diversão, e, se não mata a vontade de surfar, pelo menos aos domingos, quando a Vieira Souto abre, dá pra pegar uns tubos nos coqueiros do calçadão.

Uhuuu! Que tubão! Ou melhor, que tubão?

Ai veio, na meiuca de um dos anos 60, o inverno. E nesse inverno, um cara chamado Sherman Poppen resolveu fazer graça com os esquis da filhota. Colou as duas partes e amarrou uma corda no bico. A menininha adorou!

Mas quem se encantou mesmo foi um tal de Jack Burton. Passeando pelo estado do Michigan, encontrou a filha de Poppen brincando. Olhou, olhou, e olhou... e de repente a lâmpada acendeu. Em 1980, os netos daquela galera que adorava nadar no mar esperavam ansiosamente pelos primeiros flocos de neve para descer montanha abaixo. E fazer não é que snowboard é realmente uma delícia?

Só não vê onda ai quem não quer. Surfista não-identificado na Pedra da Gávea

As palavras da vez são - breguíssimas, diga-se - sinergia e convergência. E como a indústria do surfwear (ei, peraí!) precisa faturar milhões por ano, sabe como é né? Inventaram que surfista que é surfista anda de skate, que por sua vez anda de snowboard, e que, na falta de neve, precisam adquirir as gracinhas do vídeo abaixo. Não é nada, não é nada... mas não é que o carrinho novo, chamado Freeboard, é IRADO e parece simular direitinho os movimentos da prancha de neve?

O lance é o seguinte: uma tábua maior que a do skate, mas menor que a do snowboard. As quatro rodas embaixo da madeira ficam bem mais pra fora, dando lugar à duas rodas de formato esquisito, presas ao eixo. Os pés ficam quase presos. Na verdade, o lance é o seguinte: faz melhor e clica pra assistir o vídeo. Cuidado pra não babar no teclado.