A Alma Surf - aquela revista com textos gigantescos que, de tanto posar de romântica, já ficou meio brega - pode se redimir. A turma do outro lado da ponte-aérea cansou de olhar o horizonte do ponto de vista dos arranha-céus e troca a redação com cheiro de lavanda por Copacabana. Organizam, Nos dias 12 e 13 de novembro, no Forte de Copacabana, o Festival Alma Surf 2007. E por incrível que pareça, a turma foi competente.
Angariaram patrô da Osklen - grife que, no esporte, fora o Phil Rajzman, investe em... deixa pra lá - e lançaram o Festival Internacional Osklen de Cinema Surf. Entre os exibidos (os filmes, não os chefetes), estará o Chasing the Lotus, produção na onda retrô que parece ser muito boa.
Também entra na mostra um daqueles "todo surfista anda de skate", a produção First and Hope, do Emmet Malloy, que vale pela direção, e o The Lost Wave (abaixo), que inclui a gatíssima Holly Beck explorando a Ilha das Rolas (opa!), em São Thomé, na África. Ganhou o Malibu International Film Festival, na categoria documentário, e vale a pipoca - de marca ainda indefinida.
Em termos de som, a Billabong não deixa por menos: promete colocar pra tocar, ali mesmo, defronte ao mar de Copa, a turma toda: Matt Costa e o G-Love and the Special Sauce na segunda-feira e Donavon Frankenreiter e ALO na terça. Quem quer apostar que as Aboboras Selvagens do Kid Abelha vão aparecer na fila do gargarejo, assim, como quem não quer nada, para - novamente - dar canja ?
17 setembro 2007
04 setembro 2007
Desconstrutivismo
Surfistas são seres, no mínimo, curiosos. Os primeiros (da idade moderna) eram nadadores que, cansados da mesmice, resolveram entrar no mar com pedaços gigantescos de madeira.
- Leash? Mesmo se existisse, é coisa de maricas. Ainda mais com merrecas deste tamanho... - Greg 'the bull' Noll
Em 1960, os filhos desta galera, na fissura por pegar umas marolas, resolveram pegar os patins da irmã mais nova e descolar a singela botinha branca das rodas. Colaram num outro pedaço de madeira e, voilá, temos o skate! Uma bela diversão, e, se não mata a vontade de surfar, pelo menos aos domingos, quando a Vieira Souto abre, dá pra pegar uns tubos nos coqueiros do calçadão.
Uhuuu! Que tubão! Ou melhor, que tubão?
Ai veio, na meiuca de um dos anos 60, o inverno. E nesse inverno, um cara chamado Sherman Poppen resolveu fazer graça com os esquis da filhota. Colou as duas partes e amarrou uma corda no bico. A menininha adorou!
Mas quem se encantou mesmo foi um tal de Jack Burton. Passeando pelo estado do Michigan, encontrou a filha de Poppen brincando. Olhou, olhou, e olhou... e de repente a lâmpada acendeu. Em 1980, os netos daquela galera que adorava nadar no mar esperavam ansiosamente pelos primeiros flocos de neve para descer montanha abaixo. E fazer não é que snowboard é realmente uma delícia?
Só não vê onda ai quem não quer. Surfista não-identificado na Pedra da Gávea
As palavras da vez são - breguíssimas, diga-se - sinergia e convergência. E como a indústria do surfwear (ei, peraí!) precisa faturar milhões por ano, sabe como é né? Inventaram que surfista que é surfista anda de skate, que por sua vez anda de snowboard, e que, na falta de neve, precisam adquirir as gracinhas do vídeo abaixo. Não é nada, não é nada... mas não é que o carrinho novo, chamado Freeboard, é IRADO e parece simular direitinho os movimentos da prancha de neve?
O lance é o seguinte: uma tábua maior que a do skate, mas menor que a do snowboard. As quatro rodas embaixo da madeira ficam bem mais pra fora, dando lugar à duas rodas de formato esquisito, presas ao eixo. Os pés ficam quase presos. Na verdade, o lance é o seguinte: faz melhor e clica pra assistir o vídeo. Cuidado pra não babar no teclado.
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